REVISTA DE DANÇA 21/03/2012
Por Maria Fernanda Gonçalves
Andrea Sério, pesquisadora do movimento, não é mais a diretora do Balé Teatro Guaíra, em Curitiba. A transição para a chegada da veterana Cintia Napoli, que ocupou os cargos de assistente de direção, ensaiadora e professora de dança contemporânea durante a última gestão, no ano de 2011, foi natural. O anúncio foi feito para a companhia em fevereiro.
Andrea não trocou a direção por outra companhia no Brasil; mudou-se para os Estados Unidos em busca de outros projetos com a certeza de um trabalho bem realizado. Na gestão de um ano (2010-2011), estruturou o programaBTG: Corpo Público – elaborado em conjunto com a presidência e a direção artística do teatro –, que engloba uma série de projetos para oferecer acessibilidade artística a diferentes públicos e diversidade estética da arte para a população. O projeto ainda promove o encontro dos bailarinos com profissionais de outras linguagens e expressões artísticas, para o enriquecimento de seu potencial criador, a fim de, nas suas palavras, "concretizar o diálogo desta companhia com a dança contemporânea", também preservando e valorizando sua história. "O mérito é do programa institucional, que possibilitou a divisão de responsabilidades e a sua continuidade", diz em entrevista à Revista de Dança.
Sua gestão trouxe outras marcas de atuação. Para ela, 2011 foi um ano muito rico. "Precisávamos trazer o público ao teatro e criar um diálogo com a companhia", afirma. Assim, criou o projeto Perfume, como se a dança fosse aspergida em alguns pontos da cidade, entre algumas comunidades, para trazê-las – assim como suas conexões, amigos, familiares – para a casa onde esta dança acontece. Com a companhia, foram realizadas apresentações de dança em 17 Escolas Públicas Estaduais, além de outras na Universidade Federal do Paraná, em Matinhos, litoral do Paraná. No projeto 30 Minutos, ofereceram cursos públicos, no teatro, com acadêmicos e artistas de diferentes expressões, como Márcio Abreu (teatro), Paulo Reis (artes visuais), entre outros.
NOVA GESTÃO – Em 2012, Cintia tem o propósito de dar continuidade ao programa, com algo muito especial, que é o fato de pertencer à casa há três décadas. "É incrível ocupar a direção do balé. Pelo carinho que sinto pela companhia. Tenho respeito pelo teatro, como lugar público. Penso em como cuidar disso", diz. A diretora acredita e pretende levar adiante o trabalho que vem sendo desenvolvido no programa BTG: O Corpo Público. Para os bailarinos, está o plano de refinamento da expressão artística e da técnica."Em 2011, houve um trabalho de contato com o próprio corpo, com a criação compartilhada, estudo de teorias da dança para que os profissionais encontrassem sua autonomia, suas particularidades e a individualidade da sua expressão. Neste ano, vamos cuidar do resultado de qualidade e do processo de refinamento. Dar base para o que é pedido", explica.
Já neste início de gestão está prevista a estreia, em junho, da versão da coreógrafa portuguesa Olga Roriz paraA Sagração da Primavera (1913), de Vaslav Nijinsky (1890-1950), a partir da música de Igor Stravinsky (1882-1971). Outro trabalho desenvolvido em 2011, Coreografias para Ambientes Preparados, com criação e concepção de Carmen Jorge, que utiliza vídeo-dança e performance, será reapresentado na abertura da Bienal Internacional de Dança de Curitiba, no dia 24 de abril.
Cintia Napoli, nova diretora do Balé Teatro Guaíra
Foto: Arquivo pessoal
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