Mu’leke Mulelê chama a atenção para a juventude marginalizada (Festival de Teatro de Curitiba)

FONTE: TEIA NOTÍCIAS

muka lele

Serviço
  • 30/03 – 16h
  • Ruínas São Francisco
  • Dança-Teatro
  • Teatro de Rua
  • Censura: não
  • Valor: gratuito
  • Duração: 60 minutos
  • Camila Tebet, 4º ano

“Nós queremos mostrar o que o Brasil ignora”, declara Rose Mara Silva, atriz e diretora da peça “Mu’leke Mulelê”. O espetáculo, que faz parte do Festival de Curitiba, foi apresentado neste sábado, às 14h, no Largo da Ordem, em frente ao Relógio das Flores. Com muitas cores, música e dança, diversas famílias se reuniram para assistir a história, que nem de perto é tão leve assim.

Em aproximadamente uma hora, a companhia teatral EITA Ação Cultural, de São Paulo (SP), conta a história de Mulelê, que perdeu a imaginação e, através do reconhecimento e valorização da sua cultura, descobre novos caminhos. A peça, inspirada nos elementos da cultura afro-brasileira presentes nas obras visuais de Valdiney Suzart, fala sobre a juventude esquecida e marginalizada.

O personagem principal, Mulelê, representa os milhares de jovens do país que vivem na periferia e convivem com a violência. Ao mesmo tempo em que faz uma apresentação animada, o grupo composto por Rose Mara Silva, Abmael Henrique, Bebê do Góes e Michelle Lomba, retrata um assunto bastante sério, chamando a atenção e provocando a reflexão de um público de todas as idades.

Em determinado momento da apresentação, uma das narradoras da história apresenta dados reais da violência no Brasil, falando também de São Paulo e Curitiba. A maioria dos homicídios que acontece no país é de jovens, sendo que, dois a cada três, são negros. Durante uma das músicas, o grupo chama a atenção para a “morte invisível”, contando que, muitos jovens infelizes e em busca de uma vida melhor, perdem a esperança e encontram uma felicidade temporária nas drogas, no álcool, e em outros vícios.

“A gente tem um índice muito alto de mortalidade de jovens negros na periferia. É uma cultura que é marginalizada desde os tempos coloniais. Ás vezes há um preconceito muito grande com as questões afro-brasileiras e a gente vem para confrontar isso”, conta a diretora do espetáculo, que também é arte educadora e traz para a peça histórias de alunos da periferia.

O espetáculo, que está em cartaz desde outubro de 2013, é feito para provocar o público. “Algumas pessoas ficam incomodadas, porque o tema é muito forte e a gente termina batendo palma, mas nada mais é do que uma característica da sociedade brasileira. Acontecem coisas muito graves e ninguém faz nada, todo mundo faz festa, só quer saber de futebol e carnaval e esquece das coisas importantes. A peça gera reflexão ao mesmo tempo que tem cor, poesia, e uma beleza que vem da cultura popular”, complementa Rose.

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