DANÇA/CURITIBA: Aulas semanais do SummuS

Aula no PULSÃO Desenvolvimento Pessoal
Facilitadores: Diogo Rezende e OberDan Piantino
TERÇAS das 19h às 21h
+ INFO: Aula de CONTATO CorpoMente Improvisação

Aula no GADIVA YOGA
Facilitadora: Marina Scandolara
( em recesso, retorna em breve! )
Maiores informações: CLICAR AQUI

CONTATO IMPROVISAÇÃO - É um diálogo corporal de duas ou mais pessoas por meio de vocabulário sensorial composto de toque, peso e apoios.  É a aceitação do outro e de si na construção de uma dança única no presente – composta por impermanência, inércia, momentum, desequilíbrio e o inesperado. Inclui a integração da energia (KI), buscando um nível elevado de percepção de movimentos, podendo ir do alto nível aeróbico à quietude física. Os princípios que guiam as aulas são a consciência corporal, técnicas de relaxamento, fluxo de energia e expressão livre do movimento (peso, gravidade, condução, queda, rolamento etc.). As primeiras investigações iniciaram nos EUA na década de 70, sendo associada ao movimento de contra-cultura, por ser uma dança igualitária e democrática. Mediante a sua relevância artística-cultural, muitas universidades incluíram o contato improvisação na grade curricular como parte da disciplina prática e/ou conteúdo da história da dança. Atualmente é uma prática global sem barreiras físicas e culturais, pois agrega consciência corporal e dança social.

Juliana Greca – Currículo

Juliana GrecaMestranda em Artes pela Universidade Estadual de Santa Catarina, pós-graduada no curso de Especialização em Estudos Contemporâneos em Dança pela Universidade Federal da Bahia (2013) e no curso de Especialização Fundamentos do Ensino da Arte pela Faculdade de Artes do Paraná (2003), possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (2001) e é graduanda no curso de Bacharelado em Dança pela Universidade Estadual do Paraná. Atualmente é professora na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atuando no Departamento de Extensão, Núcleo de Cultura e Comunicação como professora de Arte, Dança Contemporânea e orientadora do grupo "Links". Possui experiência na área de Dança, atuando principalmente nos seguintes temas: o espectador de dança contemporânea e ensino da dança.

IMPACTO DO AVANÇO TECNOLÓGICO NO CORPO E NA ARTE DA DANÇA

Recebi questionário da Juliana Greca referente ao impacto do avanço tecnológico no corpo e na arte da dança. O trabalho fazia parte da disciplina “Dança, Tecnologia e Comunicação” ministrada pela Profª Cristiane Wosniak na graduação em Dança da FAP. Compartilho com todos a minha reflexão sobre esses assuntos. Yiuki Doi

1) Tomando como base algumas informações apresentadas por António Damásio, é possível dizer que o ser humano conhece aquilo que é capaz de reconhecer, e para tanto, já nascemos com certo know-how oriundo dos genes. Todavia uma quantidade, bastante considerável, de situações nos escapam cotidianamente por conta de suas dinâmicas que se alteram frequentemente, causando um estado de reconstrução dos modos de se perceber ‘coisas’ em todo momento. Diante desse dado e considerando os avanços tecnológicos dos últimos anos, como você percebe o impacto da vida contemporânea sobre o corpo?

Acho que as principais mudanças decorrem do uso da internet, jogos, animação, computador, telefonia móvel e das ferramentas de comunicação como e-mail, facebook, whatsapp, youtube, sites, twiter, etc. Mudanças que têm oferecido uma virtualidade real na vida das pessoas. É real no sentido de influenciar toda a materialidade ao nosso redor. Porém, o mundo da tecnologia virtual as coisas operam de forma diferente. Sinto que muitos trazem a realidade virtual no mundo material e sentem dificuldade de confrontar com a concretude. Vejo alguns sintomas nesse aspecto, cito os quatro que é mais perceptivo:

1. Imediatismo da ação - A matéria é densa, o corpo possui massa, não podemos deslocar com a facilidade que acontece dentro de um monitor. Num imediato clique no site conseguimos obter respostas no mundo virtual, mas isso é uma solução no mundo virtual. Realizar algo na concretude requer maior tempo e dedicação.

2. Falta de persistência – Querer algo no imediatismo faz com que as pessoas não tenham persistência.

3. Multifocal – Vejo que a forma de operar as várias janelas e ferramentas no computador e nos jogos de videogames altera o modo agir com multifocos nas pessoas. Os jovens que dominam essas ferramentas fazem muitas coisas ao mesmo tempo, mas pouco profundo em cada foco. Isso não é defeito, pode ser uma qualidade em algumas circunstâncias, mas é preocupante quando se torna um padrão fixo.

4. Distanciamento com a natureza – Vejo que as pessoas perdem o contato com a natureza, elas se esquecem do tempo dela. Dentro da inteligência múltipla do Howard Gardner existe a categoria naturalística, a capacidade de compreender a organização e ciclos da natureza. O tempo virtual nos faz perder a noção de que somos sujeitos por um tempo maior do universo (a lua, estação do ano, vento sul, maré cheia, etc.). Isso cria disfunção no pensamento crítico e cria fissura no entendimento da nossa própria existência no mundo, pois somente conseguimos questionar a nossa existência se posicionamos espacialmente e temporalmente no mundo.

2) Quais seriam os rumos de uma dança que considera esses impactos?

Temos a arte digital que se abre para dialogar com a dança na atualidade. Mas, ela é uma opção a mais na criação artística como figurino, iluminação, cenário, etc. Ela é somente uma ampliação de possibilidade artística. A medida que barateia o uso dos aparelhos tecnológicos, haverá apresentações com realidade “espetacular” dos mundos digitais junto à dança. De certa maneira, todas as danças naturalmente agregarão a arte digital com o tempo. Uns mais, outros menos. A diferença é a acessibilidade dessas novas tecnologias, somente isso.

3) Quais seriam suas considerações e/ou comentários acerca do “corpo virtual”? Como você configura a materialidade desse corpo, como ele poderia ser uma ocorrência e/ou experiência física?

Não nego o corpo virtual e a realidade virtual como algo inerente a mim. Muito pelo contrário entendo que a realidade virtual é extensão do meu “espírito” e/ou meu “corpo”. Tenho dificuldade de definir e separar o que é “consciência”, “espírito”, “corpo” e “eu”. Também não consigo saber quando o sujeito termina e o mundo começa. Dessa maneira eu pergunto: É na minha superfície de pele que o “meu eu” acaba? Sinto às vezes que eu sou mundo e o mundo sou eu. Se a forma que eu vejo o mundo depende do meu óculo, já que sou míope, perder o óculo me altera fisicamente, emocionalmente e consequentemente muda a minha existência, o meu jeito de ser. Hoje, diariamente acesso computador e me relaciono na internet, são ferramentas de extensões do meu ser. Curioso pensar que a palavra "ser" define o homem, já que somos chamados de “seres” humanos. Eu acredito que sou o que organizo minhas percepções e pensamentos, os quais me fazem criar a consciência da existência minha no mundo. Tudo que auxilia a pensar e ampliar essa consciência, a qual impulsiona a mudar o mundo que vivo, se torna uma ocorrência e experiência física da minha pessoa. As experiências virtuais alteram a nossa realidade física, desde exemplo simples de vídeo-conversa com namorado que mora longe, ou quando a postagem do Facebook recebe várias curtidas. Fernando Pessoa disse “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”. O que acontece na contemporaneidade é que parte da nossa alma é virtual; só é necessário compreender que ela é uma “parte” da nossa “alma”. Se aprendermos a lidar bem com a virtualidade, podemos aumentar a nossa capacidade de ser junto ao mundo.

IMPROVISO DANÇA E MÚSICA - 5 anos de resistência em Curitiba

O objetivo do Improviso Dança e Música é apresentar à comunidade curitibana proposições artísticas em diferentes modos e configurações. Isso acontece, sobretudo, proporcionando aos artistas e a comunidade em geral um ambiente de criação e investigação pela via da improvisação, integrando as diferentes Artes Perfomativas (Dança, Música, Teatro, Artes Visuais e Poesia). O Improviso Dança e Música é um ambiente coletivo que integra criação e livre expressão, agregando valores sociais, culturais e artísticos.

O projeto começou em 2010 organizado pelo UM – Núcleo de Pesquisa Artística em Dança da FAP, que é coordenado pela Profª Rosemeri Rocha. Teve o apoio inicial do MON - Museu Oscar Niemeyer, sendo realizado no vão vazio do museu. Começou como uma ação esporádica, tornando-se mensal desde 2013 e acontecendo entre os meses de março a dezembro. Atualmente o projeto é organizado através da parceria do UM – Núcleo de Pesquisa Artística em Dança da FAP com o SummuS Contato Improvisação.

JAM  MON 2010-06 Foto Guilherme Melnik 6

Em Maio de 2013 o projeto deixou de receber o apoio do MON, quando o Coordenador de Atividades Culturais do MON, Beto Lanza, declarou que as atividades extra culturais do vão vazio do MON precisam estar à altura das exposições que aconteciam nos pisos superiores. Na ocasião, ao invés de argumentar sobre a importância do projeto na cidade, os organizadores resolveram entrar em contato com a Fundação Cultural de Curitiba. Esta havia passado por uma mudança de gestão, após a eleição de 2012, saindo das mãos do PSDB para a coligação PDT/PT/PV – uma mudança que abriu novas diretrizes administrativas na Casa Hoffmann - Centro de Estudos do Movimento do Município. Por ser uma atividade de cultural de diversidade e gratuita, a proposta do improviso foi aceita pela FCC.

Na época discutiu-se mudar o nome do evento para "Danças de Portas Abertas", que era uma atividade de cunho parecido que acontecera na Casa Hoffmann entre 2006 e 2009. Era uma ação que integrava o “Programa Dança Cidade” elaborada por Marila Velloso em sua gestão como coordenadora de Dança na FCC. Apesar de várias ações importantes na época, o “Programa Dança Cidade” foi interrompido pela falta de apoio da gestão da FCC daquele período. Assim, com o tempo, a atividade "Danças de Portas Abertas" tinha deixado de acontecer na Casa Hoffmann. Apesar da memória histórica, na transição do local de realização do improviso, a equipe organizadora decidiu manter o nome "Improviso Dança e Música", pois a atividade no MON já era conhecida na cidade e tinha sua própria trajetória.

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O projeto é um ato de resistência realizado sem patrocínio. O apoio com que conta é a disponibilidade do espaço da Casa Hoffmann. A coordenadora da Casa Hoffmann, Milzi Digiovanni, e o funcionário José Barros abrem o estabelecimento no 1º domingo do mês voluntariamente, sem o que não seria possível realizar o evento.

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O “Improviso Dança e Música” é um espaço de diversidade cultural, de apreciação e experimentação artística, que fazem refletir sobre “o que é arte”, “quem realiza” e de “que maneira acontece”. Também contribui para o exercício da cidadania no ato de dialogar, compor e habitar coletivamente o espaço. São esses valores sociais, culturais e artísticos que dão significado aos cinco anos de “Improviso Dança e Música” em Curitiba.

TEXTO: Yiuki Doi | REVISÃO DE TEXTO: Marina Feldman

P.S. Buscando imagens de registro do “Dança de Portas Abertas”, encontrei o Blog do Franco Caldas Fuchs que está no ar desde 2006. São oito anos de trabalho! Além da foto, também encontrei a entrevista de 2008 com a Marila Velloso sobre a proposta “Dança de Portas Abertas”. Lendo a entrevista, realmente não há diferença entre as duas atividades. Muito bom encontrar esses documentos. Yiuki

ESCAMBO CINÉTICO: Yiuki Doi e Ralf Jaroschisnki

FONTE/INSCRIÇÃO: Sympla O Centro Cultural Teatro Guaíra através do Balé Teatro Guaí ra, em parceria com a ABABTG, lança a terceira oficina ...