“Sensoria + Improviso na Praça” (02 Abril de 2017)

EVENTO NO FACEBOOK
Danças e musicalidades na praça! Tendo memórias sonoras do lugar como incentivo inicial para trajetos e movimentos. Um encontro sensível entre as possibilidades do Aqui e Agora com múltiplas camadas e memórias que tensionam a vida e significados desse espaço público.

 
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Sensória + IMPROVISO Dança e Música na praça

PROPOSTA: Sensória é um desdobramento da instalação Nossa Sensória de Salette (projeto ENTRE FIOS) que ocorreu em 2015 na praça também conhecida como Praça 29 de abril. Na configuração atual, participantes receberão um kit com memórias sonoras do lugar enquanto um fio vermelho será o guia do trajeto de encontro com o espaço. Ao final do trajeto abre-se um espaço para reverberações em estado de IMPROVISO Dança e Música. 
PÚBLICO: Entusiastas, todas e todos que se interessam por artes performativas e improvisação – e também estudantes, professores, artistas (Dança, Teatro, Música, Performance etc.)
ARTISTA PROPOSITORA: Moira Albuquerque – atriz, contadora de histórias e performer. Graduada em Teatro pela UNESPAR/FAP. É integrante da MINHA NOSSA Cia. de Teatro, contadora de histórias na Cia. Girolê e também integra o Gran Gran – grupo de pesquisa e experimentação em arte híbrida. Em 2015, participou do UM - Núcleo de Pesquisa Artística em Dança. Desde 2014 desenvolve o projeto ENTRE FIOS (contemplado com o Prêmio Funarte Artes na Rua 2014), onde o mito das Moiras e o Fio Vermelho do Destino é referência poética para o encontro e criação com espaços públicos: performances, intervenções, instalações, fotografias, site specific, o que emergir de cada encontro.


DANÇAS PERFORMATIVAS
Mostra de trabalhos artísticos em diálogo com o Improviso Dança e Música, e cuja curadoria é orientada pela professora Dra. Rosemeri Rocha – coordenadora do projeto de Extensão UM - Núcleo de Pesquisa Artística em Dança da FAP/UNESPAR. Os objetivos da Mostra são:
. Apresentar à comunidade curitibana proposições artísticas em diferentes modos de configuração.
. Promover encontros entre artistas da cidade e visitantes com o objetivo de aproximar a dança dos espaços públicos direcionados à arte.

IMPROVISO DANÇA E MÚSICA
Encontro aberto de improvisação entre interessados/as em artes performativas: dança, música e poéticas da cena – sendo uma ação colaborativa e voluntária organizada pelo
UM - Núcleo de Pesquisa Artística em Dança e o SummuS Contato Improvisação. É, principalmente, um ambiente coletivo que integra criação e livre expressão, agregando valores sociais, culturais e artísticos.
Acessível à comunidade em geral de forma gratuita, acontece de março a dezembro no 1º domingo de cada mês, com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba.

* não é necessária experiência prévia
Mais informações: www.facebook.com/improviso.curitiba



SERVIÇO
Ingresso: gratuito
Data: 02/04/2017
Horário(s): 11h às 13h30
Público Dirigido: não (ABERTO A TODOS)
Local: Praça Nª Sra. de Salette (Centro Cívico)

REALIZAÇÃO:* UM – Núcleo de Pesquisa Artística em Dança da FAP/UNESPAR
* SummuS Contato Improvisação

APOIO:* Fundação Cultural de Curitiba
* Cardumes em Rede
* Contacto Associação

+INFO:* Improviso: www.facebook.com/improviso.curitiba


UM - NÚCLEO DE DANÇA DA FAP: projeto de pesquisa e extensão universitária cuja proposta artístico/científica pensa o corpo-biotipo dos criadores-intérpretes como ponto de partida para criação artística. Coordenado pela professora Rosemeri Rocha, tem possibilitado a formação de criadores-intérpretes e também artistas coreógrafos, além de contribuir para a difusão das artes performativas com foco na improvisação.
SUMMUS CONTATO IMPROVISAÇÃO: Fundado em 2010 em Curitiba, é um Núcleo de Pesquisa e Difusão da Dança Contato Improvisação com proposições de Yiuki Doi, Marina Scandolara e Oberdan Piantino. Além de manter aulas regulares e participar de eventos culturais, o projeto produz jams, intervenções urbanas e oficinas de dança.
CARDUMES EM REDE: Articulações, comunicação e produção em danças e artes do movimento proposto por OberDan Piantino desde janeiro de 2014. Seu principal objetivo é o compartilhamento constante entre artistas, comunidade, professores em circuito, instituições e espaços privados para a sustentabilidade de estudos e práticas relacionadas ao contato improvisação, saberes corporais e artes performativas.
CONTACTO ASSOCIAÇÃO CULTURAL: Fundada em 2003 em Curitiba, é uma associação de caráter cultural e de assistência social, sem fins lucrativo. Visa promover a reflexão e capacidade crítica do indivíduo e a melhoria da qualidade de vida da população através da Arte e da Cultura.

Sincopa nas músicas de influência africana

A síncopa é a ausência do compasso da marcação de um tempo (fraco) que, no entanto, repercute noutro mais forte. No livro “Samba o dono do corpo” o pesquisador Muniz Sodré define síncopa como “uma alteração rítmica que consiste no prolongamento de um som de um tempo fraco num tempo forte” (1998, p.25). Essa característica gera um vácuo rítmico, uma batida que falta, o qual incita o ouvinte a preencher o tempo vazio com uma marcação corporal (palmas, meneios, balanços, dança).

A síncopa também ocasiona uma “descontinuação” na seqüência rítmica, rompendo com a constância. Isso acontece quando desloca a acentuação, ou seja, uma nota usualmente tocado no tempo fraco é acentuada soando forte, assim, ela ocasiona uma sensação de algo inesperado.

Para lidar com o inesperado, o corpo na síncopa é um corpo no drible constante - “no faz que vai, mas não vai” -  cheio de ginga. Segundo Sodré, o uso do sincopa para os negros escravos “Era uma tática de falsa submissão: o negro acatava o sistema tonal europeu, mas ao mesmo tempo desestabilizava, ritmicamente, através da síncopa ...” (Sodré 1998, p.25).

A pulsação marcada e cíclica dos ritmos das músicas africanas possuem relação com a cosmovisão e sua religião.

“O ritmo africano contém a medida de um tempo homogêneo (a temporalidade cósmica e mística), capaz de voltar continuamente sobre si mesmo, onde todo fim é o recomeço cíclico de um situação. O ritmo restitui a dinâmica do acontecimento mítico, reconfirmando os aspecto de criação e harmonia do tempo”. (Sodré 1998, p.19).

Sentir e perceber o ritmo é compreender o tempo e também a sua própria existência como ser humano no mundo. Assim, o ritmo é marcada no movimento por meio de pulso e balanço no quadril, tronco e pernas. O corpo dançado para a cultura africana não se dissocia da música, e este é um canal transmissor do axé -  energia vital que toda a matéria e os seres vivos possuem - para com seus deuses.  A música e dança, ou a dança e música, são categorias inseparáveis, onde uma depende da outra para existir e criar um sentido na vida.

Yiuki Doi

P.S.1 Anotações feitas para o trabalho de Interface entre Dança e Música da Graduação em Dança da UNESPAR (Março de 2017).
P.S.2 O livro “Samba, o dono do corpo” do Muniz Sodré é incrível. Uma leitura rápida e de custo acessível, mas potente em compreender a cultura de origem africana no Brasil.


Referências

ESCAMBO CINÉTICO: Yiuki Doi e Ralf Jaroschisnki

FONTE/INSCRIÇÃO: Sympla O Centro Cultural Teatro Guaíra através do Balé Teatro Guaí ra, em parceria com a ABABTG, lança a terceira oficina ...