Pilar móvel do templo Yakushi-ji e sua relação com a coluna vertebral

Templo Yakushi-ji: a coluna central é livre

image1300 anos sem desmoronar em terremotos! incrível o sistema de sustentação com mobilidade - inclusive sem fixar e colar as partes fundamentais da estrutura.

Existe uma matéria compartilhado no Facebook que desvenda o segredo da estrutura que permitiu esse templo a resistir a oito grandes terremotos. Segue o link da matéria aqui (precisará de uma conta no Facebook para acessar). O segredo principal é que a base dos pilares não são fixos, eles são encaixados. Assim, mesmo balançando com o terremoto, eles conseguem inclinar, aliviando a pressão sobre o pilar. Também os vários pilares do templo neutralizam o impacto entre eles por meio de uma “dança equalizadora”. Esse conjunto de ações protegem as fundações e as estruturas do templo. 

Coluna vertebral também precisa de mobilidade

15-human spinePara mim, podemos usar o mesmo princípio dessa arquitetura em relação à coluna vertebral. O travamento de alguma parte da coluna é uma indicação de que deve haver uma sobrecarga de força sobre algumas vértebras específicas da nossa coluna.

Numa posição de empurrar algo pesado, enquanto empurro realizo uma pausa. Logo em seguida, verifico se consigo fazer micro movimentos entre todas as vértebras:

1) Se sim, é uma indicação que estou usando a tensegridade, distribuindo os esforços em sinergia. É uma forma inteligente de usar o corpo.

2) Se não, significa que algumas articulações estão sobrecarregadas***.

Voltei a dançar sem dores novamente depois de compreender melhor esse princípio, pois tenho artrose aguda entre L4/L5.

Entender a relação entre os quatro arcos complementares da coluna (cervical, torácica, lombar e sacral) ajuda na mobilidade destes, que funcionam em oposição, como se fossem molas, aliviando a pressão nas vértebras. Saber controlar em micromovimentos o centro, a expansão e o recolhimento de cada um dos arcos, de forma autônoma e também complementar, é um exercício de consciência a ser adquirido com o tempo.

Compartilho essa informação a quem tem problemas de coluna ;)

Agradecimento especial a Priscila Lacerda Bassi, Carol Figner, Cinthia Kunifas e Débora Bolsanello que ajudaram na minha recuperação. Além delas, tem muitas outras pessoas que fazem parte da minha memória e experiência corporal, mas elas quatros passaram pontos importantes para a minha conscientização.

Abraços.

Yiuki Doi

***Se a resposta é número 2, se não desenvolver novos padrões de movimentos, com o tempo poder virar protusão, hernia e/ou artrose. O problema é que quando tem 20 anos a gente não possui essa percepção sutil da coluna, nem feedback das dores. Só depois dos 30 anos, quando já se gastou as articulações e o problema de coluna é instalado, que se costuma sentir que estava usando padrões de movimentos fixos e congelados. Então, necessita-se buscar ajuda para perceber, investigar e acionar novas maneiras de mover, visando distribuir o impacto sobre as vértebras. Para isso é necessário procurar ótimos profissionais da área da saúde e da educação somática.

P.S. Indiação:

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